E-Fólio A
“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”
Jean Piaget
1- Começo este tema tendo por base a frase supramencionada, não somente por esta ser da autoria de Jean Piaget, autor que pretendo aqui retratar, mas essencialmente, porque esta transmite a essência e o espírito criativo e inovador, deste que é considerado um dos investigadores mais influentes do século 20 na área da psicologia do desenvolvimento.
No dia 9 de Agosto de 1896, na Suíça, mais propriamente em Neuchâtel, nasceu Jean Piaget. Um menino-prodígio, que desde tenra idade se interessou por História Natural. Os primeiros passos do que viria a ser o início de uma brilhante carreira foram dados aos 11 anos de idade, após ter realizado um breve estudo referente à observação de um pardal albino.
Em 1918 com 22 anos de idade doutorou-se em Biologia na Universidade de Neuchâtel. Posteriormente, trabalhou em Zurich, como psicólogo experimental, e psiquiatra. A referenciar que foram essas experiências que influenciaram o seu trabalho, que lhe permitiram combinar a psicologia experimental, com outras metodologias informais de psicologia.
Já em 1919 em França, Piaget foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, esta experiência permitiu-lhe concluir que o pensamento lógico se desenvolve gradativamente. Através dos seus estudos experimentais referentes à mente humana, começou a pesquisar o desenvolvimento das habilidades cognitivas, com a sua destreza e através da observação naturalista meticulosa das atitudes, reacções e raciocínios das crianças, constatou que o desenvolvimento cognitivo destas se processa por fases.
Com o intuito de estudar o desenvolvimento do ser humano, nomeadamente a evolução do pensamento infantil, Piaget trabalhou de forma árdua e incessante em prol desta causa e através das suas teorias/pesquisas procurou compreender o homem nos seus mais distintos aspectos, englobando fases desde o nascimento até à maturidade. A salientar que as suas teorias, são sustentadas em bases científicas e que visam não somente o compreender melhor as crianças, assim como aperfeiçoar metodologias educativas e pedagógicas que encaram as crianças como seres activos da sua aprendizagem.
Piaget desenvolveu uma série de campos de estudos científicos na área da psicologia do desenvolvimento e do desenvolvimento cognitivo que, posteriormente veio a ser chamado de epistemologia genética. O cerne do seu trabalho permitiu uma análise mais cuidada sobre a forma como se processa o desenvolvimento do conhecimento nas crianças/adolescentes, o que por sua vez permite uma maior percepção das capacidades destes e da natureza do conhecimento humano. Aliado a estas teorias, indubitavelmente surgiram novas metodologias, estratégias, paradigmas, estímulos que vão ao encontro das suas necessidades e capacidades, permitindo assim uma melhor aprendizagem, socialização e evolução.
Formulou a teoria de que o conhecimento evolui gradualmente através de etapas de raciocínio de acordo com a faixa etária, o que distingue a lógica e a percepção entre as crianças e os adultos. Assim sendo o seu trabalho referente ao desenvolvimento cognitivo versa os seguintes conceitos organização/adaptação, assimilação/acomodação e o processo desenvolvimental. Identifica quatro estágios de desenvolvimento, o sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e o operatório formal.
Em suma, as teorias piagetianas descritas em dezenas de livros, assim como em centenas de artigos, visam a orientação e permitem novos estudos nas áreas da psicologia do desenvolvimento, pedagogia, sociologia e antropologia, tornando-se assim inegável o grandioso contributo prestado por este investigador.
2- Ao longo dos séculos e através das mais diversas áreas do saber, o Homem procurou conhecer-se a si próprio, assim como o mundo que o rodeia. E aqui, a psicologia ocupa um lugar de primazia, para uma melhor percepção deste conceito, nada melhor do citar a definição defendida por Eysenck (2000), “A psicologia pode ser perspectivada como uma ciência que, através da observação e do estudo do comportamento e dos fenómenos psicológicos, procura compreender os processos que levam os seres humanos e animais a agirem de determinada forma”.
No entanto, o comportamento humano, deriva de vários factores, genéticos, fisiológicos, sistema cognitivo, estímulos, sociais e culturais, factores estes que estão intimamente ligados à psicologia e que são alvo de análise/estudo/experiências /abordagem por parte dos investigadores. Todavia, atendendo a complexidade e abrangência da psicologia esta ramificou-se em diversas áreas, nomeadamente, psicologia experimental, social, comparada, cognitiva da saúde, do desenvolvimento, da educação e da psico-pedagogia…o que por sua vez deu origem a algumas teorias que visam uma melhor percepção sobre o conhecimento do desenvolvimento humano, tais como, crescimento e maturação, perspectivas psicanalítica, behaviorista, filogénese e ontogénese, inato e adquirido, genótipo e fenótipo, inteligência e memória, aprendizagem e motivação, entre outras.
Contudo, importa aqui salientar a área da psicologia da educação que visa, essencialmente os aspectos psicológicos da educação, que vão desde a infância até à idade adulta. Tendo por base a análise e a intervenção sobre os conceitos escola, família, aprendizagem, meio de inserção. Já a psico-pedagogia centra a sua explanação em matérias de ordem escolar, ou seja métodos de ensino e aprendizagem, nos recursos educativos, materiais e humanos. A referenciar que os estudo sobre a psicologia humana, permitem também a implementação de estratégias direccionadas para crianças com necessidades educativas especiais. Face ao exposto torna-se pertinente a elaboração de formações que nos remetam e sensibilizem para a importância da aplicação da psicologia do desenvolvimento na educação. Num contexto lúdico-pedagógico pretende-se a criação de novos paradigmas e metodologias que fomentem a socialização, integração e aprendizagem das crianças.
Tema: Psicologia da Criança: “A brincar também se aprende...”;
Destinatários: Todos os agentes educativos. (Pais, professores, educadores...);
Duração em tempo: 2 horas;
Objectivo: Sensibilizar os agentes educativos para a importância do jogo no desenvolvimento cognitivo das crianças;
Recursos: Projector multimédia, computador, jogos diversos, fichas didácticas;
Metodologia de trabalho: método expositivo, com vertente prática;
Sequência (guião): Formação intitulada a Psicologia da Criança: “A brincar também se aprende...”, destina-se a comunidade em geral, embora mais centrada para os agentes educativos, tem por base a importância dos jogos e das brincadeiras na aprendizagem, socialização, integração/interacção das crianças nos mais diversos contextos (escolar, casa, na rua...). Pretende-se que através da aprendizagem por descoberta, e da aprendizagem por estímulos as crianças adquiram e consolidem noções do outro, de lateralidade, de formas, cores, hábitos de higiene, segurança entre outras. Esta formação irá decorrer na Escola da Praça de Vale de Cambra, no dia 5 de Abril de 2010, pelas 15h com a duração de 2 horas.
Será composta por uma vertente teórica e outra prática. Na vertente teórica o método usado será o expositivo acompanhado por um PowerPoint composto por 10 slides alusivos à importância da psicologia na educação, e aos estádios desenvolvimento das crianças (Piaget). Programado para ser apresentado de forma sequencial e manual dos slides, facilitando assim a leitura/orientação dos mesmos, com o tipo de legível. Os slides com fundos em tons claros e o corpo de texto num tom mais forte, para uma melhor legibilidade. Títulos a negrito e com um tamanho de letra maior, evidenciando o destaque. De forma a torná-lo mais apelativo e atractivo aplicação de algumas imagens relacionadas ao tema. Na vertente prática pretende-se que através da exploração dos diversos jogos, os agentes compreendam melhor a facilitar em vez de direccionar a aprendizagem, a considerar os conhecimentos da criança, o seu nível de pensamento e a sua idade; tornar a sala de aulas/casa um espaço de exploração e descoberta, implementar novas técnicas/estratégias de aprendizagem lúdico-pedadógicas que versem os mais diversos temas.
Bibliografia:
Piaget. Jean. Psicologia da Inteligência. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1958, 229p.;
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.
Bibliografia:
Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
tema 1...., texto 2, disponibilizado na Unidade curricular de Psicologia do desenvolvimento da UAB
http://www.coladaweb.com/pedagogia/jean-piaget;
http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/psicologia/psicdesenvcontrteoricas.htm
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm;
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