sexta-feira, 8 de abril de 2011

E-Fólio A -UC: "Psicologia do Desenvolvimento"

                                                                       E-Fólio A

“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.”

                                                                                                                                                Jean Piaget


1- Começo este tema tendo por base a frase supramencionada, não somente por esta ser da autoria de Jean Piaget, autor que pretendo aqui retratar, mas essencialmente, porque esta transmite a essência e o espírito criativo e inovador, deste que é considerado um dos investigadores mais influentes do século 20 na área da psicologia do desenvolvimento.
No dia 9 de Agosto de 1896, na Suíça, mais propriamente em Neuchâtel, nasceu Jean Piaget. Um menino-prodígio, que desde tenra idade se interessou por História Natural. Os primeiros passos do que viria a ser o início de uma brilhante carreira foram dados aos 11 anos de idade, após ter realizado um breve estudo referente à observação de um pardal albino.
Em 1918 com 22 anos de idade doutorou-se em Biologia na Universidade de Neuchâtel. Posteriormente, trabalhou em Zurich, como psicólogo experimental, e psiquiatra. A referenciar que foram essas experiências que influenciaram o seu trabalho, que lhe permitiram combinar a psicologia experimental, com outras metodologias informais de psicologia.
Já em 1919 em França, Piaget foi convidado a trabalhar no laboratório de Alfred Binet, esta experiência permitiu-lhe concluir que o pensamento lógico se desenvolve gradativamente. Através dos seus estudos experimentais referentes à mente humana, começou a pesquisar o desenvolvimento das habilidades cognitivas, com a sua destreza e através da observação naturalista meticulosa das atitudes, reacções e raciocínios das crianças, constatou que o desenvolvimento cognitivo destas se processa por fases.
Com o intuito de estudar o desenvolvimento do ser humano, nomeadamente a evolução do pensamento infantil, Piaget trabalhou de forma árdua e incessante em prol desta causa e através das suas teorias/pesquisas procurou compreender o homem nos seus mais distintos aspectos, englobando fases desde o nascimento até à maturidade. A salientar que as suas teorias, são sustentadas em bases científicas e que visam não somente o compreender melhor as crianças, assim como aperfeiçoar metodologias educativas e pedagógicas que encaram as crianças como seres activos da sua aprendizagem.
Piaget desenvolveu uma série de campos de estudos científicos na área da psicologia do desenvolvimento e do desenvolvimento cognitivo que, posteriormente veio a ser chamado de epistemologia genética. O cerne do seu trabalho permitiu uma análise mais cuidada sobre a forma como se processa o desenvolvimento do conhecimento nas crianças/adolescentes, o que por sua vez permite uma maior percepção das capacidades destes e da natureza do conhecimento humano. Aliado a estas teorias, indubitavelmente surgiram novas metodologias, estratégias, paradigmas, estímulos que vão ao encontro das suas necessidades e capacidades, permitindo assim uma melhor aprendizagem, socialização e evolução.
Formulou a teoria de que o conhecimento evolui gradualmente através de etapas de raciocínio de acordo com a faixa etária, o que distingue a lógica e a percepção entre as crianças e os adultos. Assim sendo o seu trabalho referente ao desenvolvimento cognitivo versa os seguintes conceitos organização/adaptação, assimilação/acomodação e o processo desenvolvimental. Identifica quatro estágios de desenvolvimento, o sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e o operatório formal.
Em suma, as teorias piagetianas descritas em dezenas de livros, assim como em centenas de artigos, visam a orientação e permitem novos estudos nas áreas da psicologia do desenvolvimento, pedagogia, sociologia e antropologia, tornando-se assim inegável o grandioso contributo prestado por este investigador.


2- Ao longo dos séculos e através das mais diversas áreas do saber, o Homem procurou conhecer-se a si próprio, assim como o mundo que o rodeia. E aqui, a psicologia ocupa um lugar de primazia, para uma melhor percepção deste conceito, nada melhor do citar a definição defendida por Eysenck (2000), “A psicologia pode ser perspectivada como uma ciência que, através da observação e do estudo do comportamento e dos fenómenos psicológicos, procura compreender os processos que levam os seres humanos e animais a agirem de determinada forma”.
No entanto, o comportamento humano, deriva de vários factores, genéticos, fisiológicos, sistema cognitivo, estímulos, sociais e culturais, factores estes que estão intimamente ligados à psicologia e que são alvo de análise/estudo/experiências /abordagem por parte dos investigadores. Todavia, atendendo a complexidade e abrangência da psicologia esta ramificou-se em diversas áreas, nomeadamente, psicologia experimental, social, comparada, cognitiva da saúde, do desenvolvimento, da educação e da psico-pedagogia…o que por sua vez deu origem a algumas teorias que visam uma melhor percepção sobre o conhecimento do desenvolvimento humano, tais como, crescimento e maturação, perspectivas psicanalítica, behaviorista, filogénese e ontogénese, inato e adquirido, genótipo e fenótipo, inteligência e memória, aprendizagem e motivação, entre outras.
Contudo, importa aqui salientar a área da psicologia da educação que visa, essencialmente os aspectos psicológicos da educação, que vão desde a infância até à idade adulta. Tendo por base a análise e a intervenção sobre os conceitos escola, família, aprendizagem, meio de inserção. Já a psico-pedagogia centra a sua explanação em matérias de ordem escolar, ou seja métodos de ensino e aprendizagem, nos recursos educativos, materiais e humanos. A referenciar que os estudo sobre a psicologia humana, permitem também a implementação de estratégias direccionadas para crianças com necessidades educativas especiais. Face ao exposto torna-se pertinente a elaboração de formações que nos remetam e sensibilizem para a importância da aplicação da psicologia do desenvolvimento na educação. Num contexto lúdico-pedagógico pretende-se a criação de novos paradigmas e metodologias que fomentem a socialização, integração e aprendizagem das crianças.

Tema: Psicologia da Criança: “A brincar também se aprende...”;
Destinatários: Todos os agentes educativos. (Pais, professores, educadores...);
Duração em tempo: 2 horas;
Objectivo: Sensibilizar os agentes educativos para a importância do jogo no desenvolvimento cognitivo das crianças;
Recursos: Projector multimédia, computador, jogos diversos, fichas didácticas;
Metodologia de trabalho: método expositivo, com vertente prática;
Sequência (guião): Formação intitulada a Psicologia da Criança: “A brincar também se aprende...”, destina-se a comunidade em geral, embora mais centrada para os agentes educativos, tem por base a importância dos jogos e das brincadeiras na aprendizagem, socialização, integração/interacção das crianças nos mais diversos contextos (escolar, casa, na rua...). Pretende-se que através da aprendizagem por descoberta, e da aprendizagem por estímulos as crianças adquiram e consolidem noções do outro, de lateralidade, de formas, cores, hábitos de higiene, segurança entre outras. Esta formação irá decorrer na Escola da Praça de Vale de Cambra, no dia 5 de Abril de 2010, pelas 15h com a duração de 2 horas.
Será composta por uma vertente teórica e outra prática. Na vertente teórica o método usado será o expositivo acompanhado por um PowerPoint composto por 10 slides alusivos à importância da psicologia na educação, e aos estádios desenvolvimento das crianças (Piaget). Programado para ser apresentado de forma sequencial e manual dos slides, facilitando assim a leitura/orientação dos mesmos, com o tipo de legível. Os slides com fundos em tons claros e o corpo de texto num tom mais forte, para uma melhor legibilidade. Títulos a negrito e com um tamanho de letra maior, evidenciando o destaque. De forma a torná-lo mais apelativo e atractivo aplicação de algumas imagens relacionadas ao tema. Na vertente prática pretende-se que através da exploração dos diversos jogos, os agentes compreendam melhor a facilitar em vez de direccionar a aprendizagem, a considerar os conhecimentos da criança, o seu nível de pensamento e a sua idade; tornar a sala de aulas/casa um espaço de exploração e descoberta, implementar novas técnicas/estratégias de aprendizagem lúdico-pedadógicas que versem os mais diversos temas.
Bibliografia:
Piaget. Jean. Psicologia da Inteligência. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1958, 229p.;
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.












Bibliografia:
Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora.
tema 1...., texto 2, disponibilizado na Unidade curricular de Psicologia do desenvolvimento da UAB
http://www.coladaweb.com/pedagogia/jean-piaget;
http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/psicologia/psicdesenvcontrteoricas.htm
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00005.htm;

EPIGÉNESE E NEOTENIA - UC: Psicologia do Desenvolvimento (Trabalho de Grupo realizado por Cláudia Alves e Marisela Serpa)

“(...)Há grandeza neste modo de ver a vida, com as suas potencialidades, que o sopro do criador originalmente imprimiu em algumas formas ou numa só; e assim, enquanto este planeta foi girando de acordo com a lei imutável da gravidade, a partir de um início tão simples evoluíram inúmeras formas mais belas e mais maravilhosas(...)”
Charles Darwin - A origem das Espécies





Começamos este trabalho tendo por base a frase supramencionada, não somente porque esta faça jus ao que aqui se pretende abordar, como também, nos remete para a evolução dos seres vivos e de tudo o que nos rodeia.
No mundo actual, o evolucionismo está patente nos mais distintos aspectos da humanidade, abarcando as mais diversas áreas do saber, torna-se por si só um factor determinante e primordial, dotado de poderosos argumentos capazes de criar rupturas tradicionais e convenções clássicas, e que por sua vez conduzem o Homem a uma constante análise e reflexão da sua evolução biológica e existencial.
Por tais factos, surgem-nos os termos “Epigénese” e “Neotenia”, considerados como teorias, no entanto dada à subjectividade do termo “teorias” prevalece quem as defenda, e em contra partida quem as ataque. Todavia, convém salientar que alguns cientistas de renome consideram-nas como factores evidentes e fundamentais para a evolução humana.

Epigénese...

“A preocupação com os processos de desenvolvimento dos seres vivos é muito antiga. O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) propunha que, durante a formação do embrião, estruturas novas iam sendo formadas progressivamente, num processo que ele denominou epigénese.…”
pt.wikipedia.org/wiki/Epigénese

A epigénese teoria que, contrariamente ao preformismo, (teoria que defende que o ser humano é determinado em função da sua genética, estando deste modo condicionado pela sua hereditariedade), defende que todo o ser humano nasce incompleto. Segundo esta teoria, o ser humano desenvolve-se tendo em conta o meio em que está inserido e que este vai adquirindo aptidões que são resultado das suas vivências.
Assim sendo, é através do meio que o envolve e das suas experiências vivenciadas (que o tornam único e individual) que o ser humano se desenvolve. Este processo de desenvolvimento é um processo que se constrói e prolonga-se por toda a vida do ser humano.

Neotenia...

“Neotenia é o nome dado à propriedade, em animais, de retenção na idade adulta de características típicas da sua forma jovem. Na neotenia os animais têm seu sistema reprodutor maturado e se reproduzem normalmente, porém seu aspecto externo é de um indivíduo jovem. ...”
pt.wikipedia.org/wiki/Neotenia

Sendo a neotenia a retenção de características juvenis na idade adulta (maturidade), na espécie humana está em muito referenciada à destreza/capacidade de adaptação a um vasto espectro de situações de vida, ao invés de nos especializarmos a um único nicho.
Segundo os especialistas uma das principais características do ser humano é o seu inacabamento humano, ou seja um atraso no seu desenvolvimento biológico e social. O que se reflecte num processo evolutivo moroso e com atrasos de maturação, que diferenciam os seres humanos dos restantes animais que são precoces na manifestação de características próprias da idade adulta, tornando-se assim mais autónomos e independentes num curto período de tempo. Embora, o processo evolutivo do ser humano se efectue de forma progressiva e dependente do apoio do outro, quer para uma melhor apreensão de cultura, assim como para uma melhor adaptação do meio de inserção, considera-se que a maturação nunca esta completamente terminada, isto é, é-se adulto, mas continua-se a possuir características próprias da infância/ adolescência. O que sua vez se reverte a favor do ser humano, tornando-o assim em constante aprendizagem e evolução.
Em suma, poder-se-á dizer que a neotenia designada como um atraso/inacabamento do processo evolutivo da vida do ser humano, acarreta inúmeras mais valias que se traduzem não somente na capacidade contínua de progressão, adaptação e aprendizagem, mantendo também, a juventude...









Bibliografia:

Tavares et al. (2007). Manual de Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Porto: Porto Editora, pp.34-40;
UAB, Charles Darwin duzentos anos depois, o que podemos ainda aprender com o autor de A Origem das Espécies? Revista Ler (2009);
http://psicologia-12abc.blogspot.com/2009/10/preformismo-e-epigenese_05.html;;
http://www.papoquedure.net/Neotenia.pdf;
Imagem 1 in: http://psicologiab-jml.blogspot.com/2010/12/saber-mais.html;
Imagem 2 in: http://psicologia-12abc.blogspot.com/2009/10/preformismo-e-epigenese_05.html